sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Liderança com foco nos resultados. Que resultados?

Nos primeiros dias de fevereiro, junto com outros dois colegas, respondi por um curso de capacitação para profissionais de Educação Física de uma instituição educacional e esportiva que tem unidades espalhadas por todo o estado. Coube-me, mais especificamente, uma palestra cuja temática versou sobre liderança com foco nos resultados.

Essa instituição tem como política proporcionar aos seus colaboradores oportunidades de capacitação permanente. E convenhamos, em grande estilo: em um hotel situado em uma estância turística. Durante três dias, esses profissionais, atualmente, ocupando o cargo de coordenadores de esporte e de lazer, foram convidados a refletir sobre sua intervenção enquanto gestores.

Preocupada em corresponder às expectativas daqueles que me contrataram, procurei saber mais sobre meu público: são profissionais de Educação Física, com vários anos de casa, solícitos, participativos, competentes e comprometidos com seu trabalho, disse-me uma das responsáveis pelo evento.

Diante desta declaração, que definia o perfil do público que iria encontrar, silenciosamente, indaguei: o que é que eu vou fazer lá?  Pois bem, a minha estratégia foi, no início da minha fala, convidá-los a estabelecer uma relação de trabalho coletivo visando o aprendizado mútuo e propus que aproveitássemos aquele tempo para renovar o compromisso com a instituição e com as respectivas carreiras.

Feito isso passei a discutir sobre a escolha que meus colegas haviam feito: na condição de profissionais de Educação Física, que dominam os saberes próprios da área, escolheram participar de um processo seletivo interno e, uma vez aprovados, passaram a fazer gestão, principalmente, gestão de pessoas.

Entre os aspectos que compõem a gestão de pessoas, a liderança é um fenômeno relacional que se estabelece entre as pessoas e que se caracteriza como um processo de influência. Não existe um único método, nem um manual infalível. Exige adaptabilidade (capacidade para variar o estilo dependendo da situação) e amplitude de estilo (capacidade de usar vários estilos na mesma situação). Tal descrição define o que se convencional chamar de liderança situacional.

Sabemos, no entanto, que a liderança é peça chave para o alcance dos resultados definidos pela instituição. Aliás, é isso que se espera de alguém que se dispõe a ser gestor ou gestora: uma liderança orientada para os resultados.

A pergunta que se impõe é: que resultado? O mesmo ao longo dos anos? Será que não está na hora de bater as metas? De surpreender? De estabelecer metas ambiciosas? Para isso é imperioso mobilizar pessoas, desafiar mentes, sensibilizar corações. Isso que é liderança.

Ps1: outro dia ouvi isso de um treinador de voleibol: com o time que tenho, ganhar o jogo é obrigação; ganhá-lo de 3 sets à zero é a meta.

Ps2: por vários motivos fiquei feliz em participar deste evento. Mas por um deles foi especial: reencontrei uma ex-aluna que continua com o mesmo sorriso sapeca.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Capacitação Profissional: oportunidade para manter acesa a chama

2012 é o ano em que comemoro duas décadas de docência universitária e, ao longo deste tempo, trabalhei em instituições sérias que primam pela qualidade de ensino e convivi com colegas (professores) competentes e comprometidos com seu trabalho.

Apesar de ter, portanto, muita experiência e conhecimento sobre o que faço, iniciei o ano como aprendiz: participei da Semana Pedagógica sobre a Prática Docente organizada pelo decanato acadêmico da Universidade onde trabalho. Entre as atividades assisti a uma conferência sobre metodologias ativas de aprendizagem e estive presente em algumas oficinas.

Confesso que, em oportunidades como essa, acabo observando os participantes e suas falas e comportamentos e encontro desde aqueles que duvidam de tudo, como forma de resistir à mudança, até aqueles que aproveitam para se inspirar e realizar algo novo, como forma de manter acesa e ardente a chama do fazer profissional.


Ás vezes, dependendo do momento profissional, sentimos necessidade de mudar e, se esse for o caso, esse processo precisa ser planejado. No entanto, antes de mudar de área, de emprego ou de atividade precisamos mudar a maneira como nos comportamos no trabalho. Do contrário, faremos o mesmo em outro lugar. 

Tenho consciência de que a rotina profissional pode se transformar em algo monótono e repetitivo. Em conseqüência, pode nos levar à alienação e à tristeza. Fazer algo novo, criar outras formas de fazer o que fazemos e aproveitar para compartilhar com colegas experiências e iniciativas nos alimenta e nos faz progredir.

Simbora nois. O ano está só começando e tenho muito que aprender.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Carreira Profissional: no processo de mudança vale o planejamento

Em meados de janeiro, recebi um simpático email da editora-chefe da Revista Negógio&Fitness Carreira me convidando para escrever um artigo para a segunda edição deste periódico, cuja temática havia sido sugerida por uma leitora. Seguem minhas reflexões sobre o processo de mudança de foco ao longo da carreira.

De tempos em tempos, ao longo de nossa trajetória profissional, nos deparamos com perguntas que nos fazem refletir sobre essa trajetória: escolhi a profissão certa? Deixei passar alguma oportunidade? Soube valorizar meu trabalho? Sou referência no que faço? Devo procurar outros caminhos? Invisto tempo e dinheiro em capacitação? Tenho condições de me aventurar em outras funções? Essas e inúmeras outras perguntas correlatas espelham o comportamento daqueles que querem manter viva suas respectivas carreiras.
Sabemos que a escolha de uma profissão é fruto de várias influências e, dentre elas, dos familiares, dos amigos, da mídia, das características de personalidade, das ambições pessoais e por aí vai. Considerando que o processo de escolha da profissão ocorre quando ainda somos muito jovens, visto que poderemos viver mais de 70 anos, devemos ter serenidade para conviver com novos desejos, novas expectativas, novas demandas e, principalmente, novas oportunidades.
Diante do atual mundo do trabalho e para identificar essas novas oportunidades é preciso ter comportamento de explorador, ou seja, alargar o olhar e amplificar a escuta e de aprendiz, isto é, maravilhar-se e surpreender-se com o desconhecido. As verdades absolutas e os pré-conceitos não cabem bem aos empreendedores.
É sobre esse aspecto que quero focar minha análise: nas oportunidades que a carreira oferece aos profissionais que estão abertos para novos desafios, que estão observando o mundo do trabalho e, ao fazerem isso, percebem que as mudanças podem abrir outros horizontes.
Por que a palavra mudança está na boca do povo, mas vivenciá-la é tão estressante? Por que afirmamos que precisamos mudar e na hora H sentimos calafrio, enjôo e ficamos paralisados? Por uma razão muito simples: porque somos humanos e para que possamos sair da zona de conforto precisamos fazer um esforço imenso.
Reconhecer isso não é prova cabal de nossa fragilidade, pelo contrário, significa que temos autoconhecimento e consciência das nossas forças e de nossas fraquezas e, só assim, poderemos enfrentá-las.  Mas esse enfretamento não pode ser ao estilo camicase, como, aparentemente, faz o goleiro que handebol quando saí em X. Esse enfrentamento precisa ser estrategicamente planejado.
Vamos considerar a seguinte situação: imaginem uma profissional que, ao longo dos últimos anos construiu uma bela carreira desempenhando uma função típica da Educação Física – por exemplo, como professora no ensino médio ou como instrutora de musculação – e que agora vê a perspectiva de, em um futuro próximo, – suponhamos, desenvolver um projeto de Educação Física escolar inclusiva ou de participar de uma equipe multidisciplinar para desenvolver um programa de Educação Física com idosos.
Seja qual for a situação (e podemos imaginar dezenas delas), precisamos definir estrategicamente quais são os passos que devemos dar. E aqui vão as minhas dicas:
a)     Volte a estudar: agora com o foco nas suas perspectivas;
b)     Volte a estudar com foco: ninguém construirá uma carreira bacana no século XXI com conhecimento do senso comum;
c)     Identifique as referências: quem são as pessoas que realizam essa função e são boas no que fazem?;
d)     Identifique as referências e vá conhecer o trabalho delas: se possível, disponibilize um tempo para acompanhá-las;
e)     Contacte seus ex-professores do curso de graduação: se e somente se você foi alguém que deixou boas lembranças;
f)      Contacte seus ex-professores e compartilhe com eles suas perspectivas: eles sempre têm uma indicação;
g)     Seja humilde: você é muito bom no que faz, mas agora está aprendendo algo novo;
h)     Seja humilde e continue aprendendo sempre.
Por fim, é preciso ter clareza de que a carreira não pode ser entendida como uma sucessão de dias de trabalho com finais de semana no meio. É preciso entendê-la como algo que deve ser planejada e gerida, sobretudo, pelo profissional.
É ingenuidade imaginar que estar no lugar certo, na hora certa é apenas um lance de sorte. Pelo contrário, a sorte só trabalha a favor de quem está disponível e preparado para identificar sua prima, a oportunidade.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Vida Universitária: a carreira começa durante a graduação


Todo início de semestre participo de uma celebração da qual adoro: a colação de grau dos meus alunos. Embora protocolar, ou por isso mesmo, é uma belíssima cerimônia e, invariavelmente, me emociono com os discursos e com as homenagens. Ao ouvir o juramento dos formandos, renovo meu compromisso com a minha profissão e com o meu trabalho.

Esse ano, em particular, a cerimônia teve um sabor especial, pois meu orientando recebeu o Prêmio de Melhor TGI na categoria em que concorreu e, é claro, com toda “corujice” que tenho direito, fiquei muito feliz. Por certo, este prêmio veio coroar uma vida universitária que se pautou por aproveitar todas as oportunidades que apareceram.

Explico. Esse rapaz, que não tem nada de “nerd babão”, pelo contrário, é simpático e respeitado pelos colegas, aproveitou seus anos de graduação para ampliar suas competências: destacou-se nas aulas, obteve bolsa de iniciação científica, participou de grupos de estudos e realizou intercâmbio internacional.

Sinceramente não creio que ele seja um iluminado; ele apenas percebeu que sua carreira profissional começou no primeiro dia de aula na “facu” e se aventurou pelos conhecimentos ali disponíveis. Com eles se credenciou e se destacou dos demais.

Daqui 15 dias vou conhecer os calouros e vou bater na mesma tecla: você escolheu uma Universidade séria para se graduar e isso é um bom começo, mas são suas escolhas e como você se comportará ,ao longo do processo, que irá fazer toda a diferença no mundo do trabalho. Bem-vindo à vida universitária; bem-vindo à vida adulta.  

Ps: Ainda sobre a vida universitária leia Volta às aulas. Mas agora como universitário.