sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Carreira Profissional: no processo de mudança vale o planejamento

Em meados de janeiro, recebi um simpático email da editora-chefe da Revista Negógio&Fitness Carreira me convidando para escrever um artigo para a segunda edição deste periódico, cuja temática havia sido sugerida por uma leitora. Seguem minhas reflexões sobre o processo de mudança de foco ao longo da carreira.

De tempos em tempos, ao longo de nossa trajetória profissional, nos deparamos com perguntas que nos fazem refletir sobre essa trajetória: escolhi a profissão certa? Deixei passar alguma oportunidade? Soube valorizar meu trabalho? Sou referência no que faço? Devo procurar outros caminhos? Invisto tempo e dinheiro em capacitação? Tenho condições de me aventurar em outras funções? Essas e inúmeras outras perguntas correlatas espelham o comportamento daqueles que querem manter viva suas respectivas carreiras.
Sabemos que a escolha de uma profissão é fruto de várias influências e, dentre elas, dos familiares, dos amigos, da mídia, das características de personalidade, das ambições pessoais e por aí vai. Considerando que o processo de escolha da profissão ocorre quando ainda somos muito jovens, visto que poderemos viver mais de 70 anos, devemos ter serenidade para conviver com novos desejos, novas expectativas, novas demandas e, principalmente, novas oportunidades.
Diante do atual mundo do trabalho e para identificar essas novas oportunidades é preciso ter comportamento de explorador, ou seja, alargar o olhar e amplificar a escuta e de aprendiz, isto é, maravilhar-se e surpreender-se com o desconhecido. As verdades absolutas e os pré-conceitos não cabem bem aos empreendedores.
É sobre esse aspecto que quero focar minha análise: nas oportunidades que a carreira oferece aos profissionais que estão abertos para novos desafios, que estão observando o mundo do trabalho e, ao fazerem isso, percebem que as mudanças podem abrir outros horizontes.
Por que a palavra mudança está na boca do povo, mas vivenciá-la é tão estressante? Por que afirmamos que precisamos mudar e na hora H sentimos calafrio, enjôo e ficamos paralisados? Por uma razão muito simples: porque somos humanos e para que possamos sair da zona de conforto precisamos fazer um esforço imenso.
Reconhecer isso não é prova cabal de nossa fragilidade, pelo contrário, significa que temos autoconhecimento e consciência das nossas forças e de nossas fraquezas e, só assim, poderemos enfrentá-las.  Mas esse enfretamento não pode ser ao estilo camicase, como, aparentemente, faz o goleiro que handebol quando saí em X. Esse enfrentamento precisa ser estrategicamente planejado.
Vamos considerar a seguinte situação: imaginem uma profissional que, ao longo dos últimos anos construiu uma bela carreira desempenhando uma função típica da Educação Física – por exemplo, como professora no ensino médio ou como instrutora de musculação – e que agora vê a perspectiva de, em um futuro próximo, – suponhamos, desenvolver um projeto de Educação Física escolar inclusiva ou de participar de uma equipe multidisciplinar para desenvolver um programa de Educação Física com idosos.
Seja qual for a situação (e podemos imaginar dezenas delas), precisamos definir estrategicamente quais são os passos que devemos dar. E aqui vão as minhas dicas:
a)     Volte a estudar: agora com o foco nas suas perspectivas;
b)     Volte a estudar com foco: ninguém construirá uma carreira bacana no século XXI com conhecimento do senso comum;
c)     Identifique as referências: quem são as pessoas que realizam essa função e são boas no que fazem?;
d)     Identifique as referências e vá conhecer o trabalho delas: se possível, disponibilize um tempo para acompanhá-las;
e)     Contacte seus ex-professores do curso de graduação: se e somente se você foi alguém que deixou boas lembranças;
f)      Contacte seus ex-professores e compartilhe com eles suas perspectivas: eles sempre têm uma indicação;
g)     Seja humilde: você é muito bom no que faz, mas agora está aprendendo algo novo;
h)     Seja humilde e continue aprendendo sempre.
Por fim, é preciso ter clareza de que a carreira não pode ser entendida como uma sucessão de dias de trabalho com finais de semana no meio. É preciso entendê-la como algo que deve ser planejada e gerida, sobretudo, pelo profissional.
É ingenuidade imaginar que estar no lugar certo, na hora certa é apenas um lance de sorte. Pelo contrário, a sorte só trabalha a favor de quem está disponível e preparado para identificar sua prima, a oportunidade.

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