quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Volta às aulas. Mas agora como universitário.

Depois das férias de verão, é hora de se preparar para a rotina da vida estudantil. Essa rotina, convenhamos, já é conhecida, mas, agora, tem uma peculiaridade: estamos nos referindo à rotina da vida universitária.

Isso significa que uma profissão foi escolhida e que se pretende construir uma carreira com ela. A profissão em questão, Educação Física; a carreira, onde o trabalho, a competência, a ambição e o desejo levarem.

Há anos, como docente universitária, adoro receber, para o primeiro dia de aula, aqueles que em um futuro próximo serão meus colegas de profissão. Tenho por eles um profundo respeito e para com minha profissão, uma imensa responsabilidade. Juntos (eu e os graduandos), na rotina de nossos encontros semanais, precisamos ampliar nossa visão e nossa consciência sobre nossas escolhas, notadamente, sobre a escolha de ser universitário e sobre ter escolhido a Educação Física.

Ser universitário, infelizmente ainda hoje no Brasil, é um privilégio. Uma parcela muito pequena de jovens, entre 17 e 24 anos, terminou a educação básica e ingressou no ensino superior. Destes jovens, uma parcela ainda menor colará grau. Para os que estão na “facu” uma dica: ela não é o prolongamento do ensino médio.
Se, durante os anos de vida escolar, foi aceito um comportamento passivo e negligente quanto ao conhecimento ali discutido, no curso de graduação (se ele for um bom curso de graduação) o comportamento tem que ser outro e o docente universitário deve valorizar e incentivar o comportamento ativo do graduando - futuro profissional - na construção do conhecimento.

A Educação Física está recheada de estigmas, preconceitos e estereótipos. Mudar a visão que a sociedade tem da profissão e do profissional é uma responsabilidade exclusivamente nossa. Sem blá, blá, blá; sem discurso. Com atitude e conscientes de que a intervenção profissional é fruto do conhecimento construído e compartilhado no curso de graduação, sem o qual essa intervenção é mera repetição de receitas e qualquer pessoa, razoavelmente treinada, pode executá-la.

A despeito da habilitação escolhida (bacharelado ou licenciatura) e das oportunidades atuais e futuras, o mundo do trabalho exigirá profissionais que saibam, de forma autônoma e independente, buscar, produzir, mobilizar e articular conhecimentos que sustentem as decisões profissionais. A Universidade é um local privilegiado para aprendermos a fazer isso.

Temos um longo e desafiador caminho a percorrer. Avante!

Em tempo: inicio esse blog no dia do aniversário de minha sobrinha que, diferentemente da tia que adora jogar bola, é mais afeita às piruetas da dança e às estripulias das atividades circenses.











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