sexta-feira, 25 de março de 2011

Gestão de Pessoas e Educação Física II: desenvolvimento de competências

Retomando a ideia, apresentada semana passada, segundo a qual gestão configura-se como um processo de enfrentamento dos desafios que envolve e depende dos colaboradores para maximizar os resultados, é de se esperar que qualquer instituição que almeje consolidar-se no mercado, de forma competitiva e sustentável, invista em uma política de desenvolvimento de competências.

Embora existam várias concepções e vasta literatura sobre o conceito de competência, para efeito deste texto, poderíamos caracterizá-la como a soma de conhecimentos, habilidades e atitudes que um profissional possui e que, intencionalmente mobilizados, geram resultados orientados para que os objetivos sejam atingidos.

Assim, uma política de desenvolvimento de competências é composta por três variáveis que se completam: definição da estratégia do negócio; definição das competências essenciais; e alinhamento das competências individuais com as competências essenciais.

Podemos definir a estratégia do negócio perguntando Por que existimos? e Aonde queremos chegar? Da mesma forma, para definirmos as competências essenciais vale perguntar: Quais são as competências que nos diferenciam e que se constituem na razão de nossa existência? Por último, para alinhar as competências individuais com as essenciais precisamos saber: Quais são as competências que precisam ser desenvolvidas?

Toda política de desenvolvimento de competências caracteriza-se por um conjunto de ações que visam a aprendizagem que, como sabemos, se define por mudança de comportamento. Isto posto, não basta oferecer oportunidades de aprimoramento por meio de cursos, oficinas e/ou palestras. É preciso avaliar seu impacto na melhora da intervenção.

Estrategicamente, então, é fundamental diagnosticar as competências atuais e definir as competências a serem adquiridas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Gestão de Pessoas e Educação Física I: cultura organizacional

Atualmente estou respondendo por uma disciplina em um programa de especialização em Educação Física Escolar cujos objetivos são discutir os aspectos gerais da gestão de pessoas e analisar seu impacto para o alcance dos resultados. A primeira vista, talvez, poderíamos estranhar esse conteúdo no referido programa, no entanto, é preciso lembrar que são as pessoas e o que elas fazem que definem o sucesso de uma instituição.

Qualquer instituição, seja ela uma escola, academia ou clube, precisa estar atenta e gerenciar as demandas interna (diminuição de custos, relações interpessoais, expectativas profissionais) e as demandas externas (competitividade, sustentabilidade, posicionamento no mercado, metas e resultados).

É por esse motivo que a gestão é importante, pois ela se configura como um processo de enfrentamento dos desafios que, para sua solução, envolve e depende da potencialização das competências dos colaboradores e só desta forma pode maximizar resultados.

Ou seja, estamos falando de enfretamento de desafios, potencialização das competências dos colaboradores e maximização dos resultados. Para cada um destes eixos, respectivamente, podemos associar os aspectos “cultura organizacional”, “desenvolvimento de competência e carreira profissional” e “liderança”.

As manifestações (explícitas ou veladas) das crenças, dos valores, das idéias, manifestas através dos discursos, dos comportamentos verbais e não verbais, das tradições, das brincadeiras, dos rituais e das histórias construídas ao longo do tempo e disseminadas entre os membros do grupo caracterizam a cultura organizacional.

Desta forma e dependendo da instituição, a cultura pode estar orientada para o sucesso e para as metas dentro de um ambiente de relações respeitosas e colaborativas no qual o comprometimento e a responsabilidade são visíveis ou o contrário disto. O que sabemos, no entanto, é que aqueles que exercem a gestão têm um papel preponderante na construção e consolidação da cultura organizacional.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Autoconhecimento: para construção de relações mais verdadeiras e produtivas

Feriado de carnaval em Sampa com chuva e minha folia foi cinematográfica. Entre uma coisinha aqui outra ali, aproveitei para ver e rever alguns filmes e acho que encontrei algo em comum entre Guerra nas Estrelas (Star Wars) e Cisne Negro (Black Swan, 2010): ambos apontam que nós, seres singulares e capazes de realizar tantas proezas, também temos o lado negro da força ou o nosso lado B.

Admitir que somos egoístas, interesseiros, destrutivos, individualistas, preconceituosos não é nada fácil, afinal fomos educados para sermos (ou parecermos) solidários, generosos, altruístas, gentis. Nada de errado nisso, pois vivemos em sociedade e, do contrário, seria a barbárie.

No entanto, é preciso reconhecer a complexidade da natureza humana e admitir que escondemos, até de nós mesmos, aquilo que faz parte da nossa essência. Tomar consciência e entrar em contato com o “lado luminoso” e com o “lado sombrio” de nós mesmos é desenvolver e ampliar nosso autoconhecimento.

O autoconhecimento é um processo longo e que não tem fim, mas que é imprescindível para tornar nossas relações familiares, sociais e profissionais mais sólidas, verdadeiras e produtivas. Olhar para dentro de nós é buscar conhecer aquilo que valorizamos e o que queremos; conhecer as nossas tendências, ou seja, o quanto somos tendenciosos. Sem isso projetamos no outro o que é nosso.

Sucesso pode ser definido de várias formas e acho que tem a ver com isso: com o esforço e com o comprometimento pessoal na direção do amadurecimento e do autoconhecimento.

Não é a toa que os personagens principais dos filmes (Luke e Nina, respectivamente) só se tornaram adultos, de fato, depois de toparam com o seu íntimo, com a essência de todos nós.
Ps: lembrei-me da Ciranda da Bailarina

sexta-feira, 4 de março de 2011

TIC’s na Escola: espaço para a inovação e criação II

No artigo da semana passada advoguei que a experiência escolar deve garantir que o aluno desenvolva a competência da autoria, ou seja, que, a partir do uso das TIC’s, seja capaz de construir e compartilhar conhecimento. Tal tese está alicerçada em um pressuposto: é anacrônico perguntar se devemos ou não usar as TIC’s na escola.

Considerando que o princípio da autoria está relacionado com o desenvolvimento da autonomia, da criticidade e da independência intelectual sabemos que esse processo é longo e que depende da atuação diária do professor. É através da sua mediação pedagógica que o ambiente propício é criado e o processo toma forma.

Isso significa que para que as TIC’s possam ser ferramentas para a inovação e criação o professor deve se perguntar: como ampliar minhas competências docentes para usá-las em sala de aula?

Para isso, talvez, seja preciso admitir nossas resistências, nossos medos. Admitir que estamos na zona de conforto. Por outro lado é preciso saber (no sentido de sabedoria) que as TIC’s não são uma panacéia e que, portanto, não vão resolver todos os desafios educacionais. Saber, ainda, que não seremos substituídos por elas. Ampliar as competências docentes, portanto, está intimamente relacionado com disponibilizar-se para a formação continuada. E aprender sempre.

Transformar as Tecnologias de Informação e Comunicação em Tecnologias para a Inovação e Criação será sempre, para nós imigrantes digitais, uma aventura desafiadora e mobilizadora, haja vista que não dominamos esse processo. Porém, podemos contar com nossos alunos e em uma relação de troca estabelecer uma parceria.

Nossos alunos, por certo, enquanto nativos digitais dominam e usam as TIC’s. No entanto, fazem isso de forma recreativa e social. Nós, professores, temos um papel importantíssimo: devemos oportunizar experiências para que eles aprendam a usá-las para potencializar seu aprendizado.

A propósito: há outra razão para ser professor?