sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mídias Sociais e o Profissional de Educação Física: negócios, carreira e intervenção II

Como membros do GEPETIC’s, uma orientanda e eu finalizamos um projeto de pesquisa cujos objetivos foram a) diagnosticar quais são as mídias sociais conhecidas e usadas pelos formandos em Educação Física e b) analisar qual a importância que eles atribuem a elas na sua vida profissional.


Em linhas gerais, concluímos que, embora os sujeitos pesquisados sejam nativos digitais, eles conhecem e utilizam pouco as mídias sociais e, quando utilizam, esse uso tem um caráter estritamente social e/ou recreativo. A contradição se apresenta quando observamos que eles atribuem grande importância às mídias sociais para o networking, para a divulgação do seu trabalho, para o marketing pessoal e para a troca de informação e conhecimento.


Diante destas conclusões, advogamos que os cursos de graduação em Educação Física deveriam criar um espaço para a discussão e reflexão sobre o uso das mídias sociais e, sobretudo, para oportunizar experiências para o desenvolvimento do uso de forma estratégica e planejada.


Desta forma, recentemente propus aos meus alunos que elaborassem um plano estratégico de utilização das mídias sociais visando potencializar suas carreiras e negócios e, também, sua intervenção profissional.


Para isso dei as seguintes dicas que valem para todos: sobre o eixo carreira/negócios, prospectar e fidelizar clientes, construir uma identidade ou marca, delimitar um nicho de mercado. Sobre o eixo intervenção, potencializar a aprendizagem e/ou treinamento.






Ps: ainda sobre essa temática acesse @gepetics

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mídias Sociais e o Profissional de Educação Física: negócios, carreira e intervenção I

Essa semana tive o privilégio de compartilhar com meus alunos, futuros profissionais de Educação Física, um tema que está me intrigando e que tem exigido de mim dedicação e estudo: como as mídias sociais estão impactando o mundo do trabalho e como podemos tirar proveito disto.


Considerando a atualidade do assunto e o conhecimento produzido sobre ele, observamos que não existe consenso sobre conceitos e definições. No entanto, nada impede que adotemos esse referencial teórico:



  • "mídias sociais abrangem todos os recursos na internet para que exista comunicação através de diversos meios – áudio, vídeo, texto, imagens e qualquer outra combinação ou troca possível” (JUE; MARR; KASSOTAKIS, 2010, p. 48).



  • “são uma forma de comunicação, colaboração e contato com qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer hora” (JUE; MARR; KASSOTAKIS, 2010, p. 5).



  • “são sites na internet construídos para permitir a criação colaborativa de conteúdo, a interação social e o compartilhamento de informações em diversos formatos” (TELLES, 2010, p. 19).

Em uma síntese rápida podemos afirmar que as mídias sociais se caracterizam por uma experiência de comunicação, de colaboração, de criação de conteúdos e de interação social sem os limites e as imposições do tempo e do espaço.


Desta forma, podemos compartilhar vídeos através do youtube, videolog ou vimeo, relacionamentos através do orkut, facebook, linkedin ou myspace, áudio através do gengibre ou podmac, fotos através do picasa ou flickr, apresentações através do slideshare, textos através do blog, twitter ou wikipédia.


Se tomarmos ao pé da letra as definições acima citadas, ainda existem os buscadores instantâneos (skype e MSN), o social games (second life e zynga), os buscadores (Google e Bing) e até, o email.


Diante deste contexto existe uma pergunta que é crucial para o profissional de Educação Física: como utilizar as mídias sociais para potencializar os negócios, a carreira e a intervenção?


Já fiz essa pergunta antes, mas agora acho que tenho algo mais a acrescentar.


Continuamos conversando...




Referências:



JUE, L.A.; MARR, J.A; KASSOTAKIS, M.E. Mídias Sociais nas Empresas: colaboração, inovação, competitividade e resultados. São Paulo: Ed. Évora, 2010.



TELLES, A. A Revolução das Mídias Sociais: cases, conceitos, dicas e ferramentas. São Paulo: M.Books do Brasil Ed, 2010.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Formação do Torcedor também é papel da Educação Física

Recentemente, dois episódios, envolvendo torcedores, me chamaram a atenção e estou certa de que eles podem ser classificados como comportamentos explicitamente preconceituosos e discriminatórios.

São eles: no final de março, ao longo do amistoso entre as seleções de futebol do Brasil e da Escócia e, no início de abril, durante o primeiro jogo da semifinal da Superliga Masculina de Voleibol, entre Volei Futuro e Cruzeiro/Sada.

No primeiro episódio, banana foi arremessada na direção dos atletas brasileiros, explicitando preconceito e discriminação nas relações étnicas (que abrange aparência e cor da pele, credo e/ou regionalidade). No segundo, ouviu-se um coro de centenas de vozes entoando “bicha, bicha, bicha” quando um determinado jogador estava de posse da bola, caracterizando preconceito e discriminação nas relações de gênero e sexualidade.

Em termos gerais, todos aqueles que estão fora dos padrões e/ou dos papéis estabelecidos por uma cultura e pelas relações de poder são alvo da intolerância e da violência daqueles que se julgam superiores.

Posto isto e considerando os episódios expostos acima, vale perguntar: qual é papel da Educação Física e dos profissionais na formação do torcedor? Por que torcer significa desqualificar e discriminar o outro? Por que razão, depois de anos de escolarização e de Educação Física na escola, as pessoas ainda não perceberam que, para que haja o espetáculo esportivo, o seu time de coração precisa jogar com o outro?

A Educação Física tem muito que contribuir com a formação do cidadão e com uma sociedade mais democrática e respeitosa. Na prática.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Gestão de Pessoas e Educação Física IV: liderança

Semana passada, afirmei que não existe um estilo ideal de liderança, mas se ela levar em conta o contexto, a estrutura da tarefa, a maturidade e qualificação dos colaboradores e os resultados esperados, as decisões poderão ter maior grau de eficiência e eficácia.

Contrariando o senso comum, liderança não é inata; ela pode ser aprendida, ampliada e aprimorada. Aliás, todas as pessoas, em algum momento, já assumiram a liderança e influenciaram e mobilizaram pessoas. É por esse motivo que se fala em “líder da tarefa”.

Ao longo de uma experiência de gestão, há vários papéis a serem desempenhados e para isso existem competências correspondentes a serem desenvolvidas. Quando o foco é nas pessoas, o papel de mentor exige competências relacionadas ao conhecimento de si e dos outros, à comunicação eficaz e ao desenvolvimento dos colaboradores. O papel de facilitador exige competências relacionadas à mediação de conflitos, à construção de equipes focadas e propositivas.

Quando o foco é nos processos, cabe o papel de monitor para administrar e selecionar informações que embasarão as decisões e o papel de coordenador, para planejar o trabalho e os projetos.

Se o foco está dirigido para as metas, o papel de diretor visa estabelecer os objetivos e comunicar a visão e o papel de produtor servirá para motivar a eficiência e fomentar o trabalho produtivo.

Por outro lado, se o foco está dirigido para as mudanças, o papel de negociador exigirá competências para manter a base de influência e de negociar compromissos enquanto que o papel de inovador relaciona-se com as competências de gerenciar mudanças e pensar criativamente.

Obviamente, a descrição acima tem um caráter eminentemente didático, pois sabemos que no dia-a-dia de trabalho os papéis e as competências se confundem e se completam. De qualquer forma, temos uma boa noção dos desafios da liderança.

ps: para maiores informações sobre os papéis desempenhados na liderança consultem Competências Gerenciais: princípios e aplicações (Robert Quinn).

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Gestão de Pessoas e Educação Física III: liderança

“Liderar não é preciso”. “Navegar é preciso. Viver não é preciso”. O que estas duas afirmações têm em comum? Ambas aproveitam os múltiplos significados do termo “preciso” para nos mostrar a riqueza da língua de Camões, Pessoa, Drummond e tantos outros. Preciso pode ser necessidade, mas também precisão, exato, certo.


Desta forma, quando afirmamos “liderar não é preciso” significa dizer que liderar não tem precisão, não é exato. Posto isso, podemos chegar a ideia de que não há manual de instrução infalível, que não há um método único e certeiro. Não existe uma cartilha que nos leve por um caminho suave.


Sabemos, porém, que liderança é um fenômeno relacional que se estabelece entre as pessoas e que é um processo de influência. Portanto, como já afirmei, não está relacionado com cargos e pode ser desenvolvida e aprendida.


Quem tem o hábito de passear pelas livrarias da cidade e se interessa pelo tema sabe que encontrará uma vasta literatura. Quem prefere consultar o Dr. Goolge ou a Drª Internet encontrará vários artigos publicados. Em todos eles encontraremos estudos, cases sobre como ampliar nossa competência de liderança.


Com o passar do tempo, as teorias foram se aperfeiçoando e dando espaço para novas concepções. Atualmente, considera-se que o Modelo Contigencial ou Situacional é o que melhor caracteriza o fenômeno da liderança. Segundo esse modelo, a liderança deve levar em conta o contexto, a estrutura da tarefa, a maturidade e qualificação dos colaboradores e os resultados esperados.


Esse modelo contraria a ideia segundo a qual existe um estilo ideal de liderança
. O que existe é uma liderança eficaz e eficiente que leva em conta o momento e as circunstâncias.


Continuamos...


Ps: o primeiro parágrafo deste texto foi inspirado no livro Liderar não é preciso de autoria de Moreira (2010).