sexta-feira, 15 de abril de 2011

Formação do Torcedor também é papel da Educação Física

Recentemente, dois episódios, envolvendo torcedores, me chamaram a atenção e estou certa de que eles podem ser classificados como comportamentos explicitamente preconceituosos e discriminatórios.

São eles: no final de março, ao longo do amistoso entre as seleções de futebol do Brasil e da Escócia e, no início de abril, durante o primeiro jogo da semifinal da Superliga Masculina de Voleibol, entre Volei Futuro e Cruzeiro/Sada.

No primeiro episódio, banana foi arremessada na direção dos atletas brasileiros, explicitando preconceito e discriminação nas relações étnicas (que abrange aparência e cor da pele, credo e/ou regionalidade). No segundo, ouviu-se um coro de centenas de vozes entoando “bicha, bicha, bicha” quando um determinado jogador estava de posse da bola, caracterizando preconceito e discriminação nas relações de gênero e sexualidade.

Em termos gerais, todos aqueles que estão fora dos padrões e/ou dos papéis estabelecidos por uma cultura e pelas relações de poder são alvo da intolerância e da violência daqueles que se julgam superiores.

Posto isto e considerando os episódios expostos acima, vale perguntar: qual é papel da Educação Física e dos profissionais na formação do torcedor? Por que torcer significa desqualificar e discriminar o outro? Por que razão, depois de anos de escolarização e de Educação Física na escola, as pessoas ainda não perceberam que, para que haja o espetáculo esportivo, o seu time de coração precisa jogar com o outro?

A Educação Física tem muito que contribuir com a formação do cidadão e com uma sociedade mais democrática e respeitosa. Na prática.

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