quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vida Profissional: sucessão de ciclos de aprendizagem

Venho acompanhando com muita satisfação a trajetória de uma jovem que, atenta às oportunidades, está terminando seu curso de graduação e pretende ampliar seus horizontes profissionais sem abrir mão de suas atuais atividades.

Em uma conversa casual, ela comentou que quer “colocar em prática” tudo aquilo que tem aprendido e para isso terá que viver experiências novas e desconhecidas. Embora apreensiva, o brilho no seu olhar me faz crer que ela está disposta e motivada a se aventurar.

Gosto de pensar que a vida e, obviamente, a vida profissional se desenvolve em ciclos e, de tempos em tempos, eles se concluem e dão origem a um novo ciclo. Com certeza, entre o término de um ciclo e o início de outro, ou seja, na transição entre eles, nos colocamos em um estado de instabilidade e de insegurança. Sobre o novo não temos controle.

No entanto, crescer, se desenvolver e amadurecer requer que saiamos da zona de conforto que o sucesso nos coloca. Pois é: o sucesso é bom, mas é uma armadilha que pode cegar se não estivemos atentos à dinâmica e à riqueza da vida.

Com o tempo, aquilo que era desafiador e estimulante passa a ser rotineiro e sem graça, pois já não há mais mistério; já aprendemos o que deveríamos aprender. É neste momento que teremos que fazer uma escolha: acomodamo-nos e vamos levando a vida ou procuramos incrementá-la buscando novas aprendizagens e desafios.

Em ambos os casos há um preço a pagar. Ao nos acomodarmos teremos uma grande chance de encontrarmos a insatisfação, a frustração e a melancolia. Ao nos aventurarmos estaremos correndo riscos.

Não existe “a” escolha certa. Mas de uma coisa estou certa: somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas.

PS: hoje é dia do aniversário do meu pai. Um jovem porreta de 75 anos cujo novo ciclo consiste em plantar alqueires de eucalipto na fazenda.

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