Dependendo da cultura em que estamos inseridos ou da tradição religiosa em que fomos criados, o trabalho terá um determinado sentido: para alguns, enfadonho, rotineiro e chato; para outros, prazeroso, estimulante e recompensador. No entanto, na verdade o trabalho não é uma coisa nem outra; ele é o que fazemos dele.
Outro dia, mexendo nas minhas anotações, encontrei uma do Peter Druker: ganhar a vida não é mais suficiente. O trabalho tem que nos permitir viver a vida também. Ora, salvo raras exceções, os adultos passam um bom período de suas vidas trabalhando e, por isso mesmo, essa atividade não pode ser deixada ao sabor do vento. Ela precisa ser especial.
Tenho consciência de que, dependendo do estágio da carreira, as obrigações (financiamento da casa ou do carro, a independência econômica, a construção do patrimônio) exigem muita energia e muita determinação. E é bom que seja assim, mas não podemos esquecer que o trabalho poder ser também uma experiência de auto-realização e autoconhecimento.
Se encararmos o trabalho como uma oportunidade de criamos algo ou de transformarmos a vida das pessoas que nos procuram, ele pode dar sentido à nossa vida. E, além disto, acredito que teremos o privilégio, ao final do dia, de dizer: “e eu ainda ganho para isso!”
Enquanto atividade social, o trabalho nos permite observar quais são nossos valores, como vemos o mundo, como nos posicionamos diante dos desafios, como nos relacionamos com as pessoas, qual nosso grau de tolerância. Se estivermos atentos e antenados, o cotidiano profissional pode ser um caminho para o autoconhecimento.
Podemos encarar o trabalho como quisermos, mas é fundamental termos clareza de que o sucesso de nossa carreira é fruto, exclusivo, das escolhas que fazemos. Não podemos esperar da vida nada mais do que estamos dispostos a dar a ela.
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