Domingo passado fui assistir Quidam, espetáculo do Cirque du Soleil em cartaz em São Paulo. Confesso que reparo em tudo: como o público é recebido, orientado, atendido e como está a organização, ou seja, qual o grau de profissionalismo das pessoas envolvidas com aquele serviço. Posso garantir que se os profissionais do palco (de todas as nacionalidades, inclusive brasileiros) dão um show, o staff do espetáculo também dá (e são todos brasileiros).
Antes do espetáculo e durante o coquetel, tive o enorme prazer de encontrar e conversar com um ex-aluno, formado há dez anos. Ele me contou que está trabalhando “por conta própria” e que sua empresa desenvolve programas de Educação Física para uma “cartela de clientes fiéis”. Antes de nos despedirmos me entregou seu cartão. Nele está registrado, entre outras coisas, o endereço do seu blog e do site de sua empresa.
A humanidade passou da sociedade agrícola para a industrial e, agora, estamos em plena sociedade dos serviços. Isso significa que aqueles que querem ganhar dinheiro com seu trabalho terão que se capacitar muito para poder identificar as necessidades e expectativas dos seus clientes, para traduzir essa demanda em serviços de qualidade para um público cada vez mais exigente, para disputar um mercado altamente competitivo.
Para os profissionais de Educação Física essa nova realidade poderá representar uma grande oportunidade, se os mesmos entenderem que a própria área passa por uma mudança de paradigma nos serviços oferecidos. Os programas de Educação Física massificados, típicos das academias de ginástica, cederão lugar para programas personalizados e em domicílio. Aliás, isso já está acontecendo.
Outro aspecto que mudará radicalmente o papel do profissional de Educação Física diz respeito ao uso das tecnologias. Um exemplo: os jogos da era Wii e Xbox 360. Se até pouco tempo atrás muitos profissionais ganhavam a vida contando até oito em frente de um espelho, repetindo movimentos estereotipados que deveriam ser copiados pelos clientes de uma acadêmica ou clube, em um futuro muito próximo será mais lúdico e divertido fazer isso através dos jogos eletrônicos como os citados acima.
O mundo do trabalho em Educação Física está vivendo um momento de transição e a profissão não vai acabar, pelo contrário, as áreas da educação e da saúde, estão em franco crescimento. Mas, tenho cá para mim, que estamos protagonizando uma mudança sensacional no modo de fazer a intervenção profissional.
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