sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Promessas de Ano Novo

Sabemos de cor e salteado a lista dos melhores truques para começar bem o ano que se inicia: pular ondas, vestir branco, comer lentilha, soltar fogos, perfumar a casa, etc e tal. Há sempre esperança no ar e se podemos potencializá-la com esses pequenos artifícios, que mal faz? Festa é para ser aproveitada.

Existe outra lista que, inexoravelmente, não pode faltar nesta época: aquela na qual registramos nossas promessas, aquilo que juramos que vamos realizar “no ano que vem”! Gosto de pensar que fazemos isso porque acreditamos que o tempo nos dá mais uma chance para realizarmos nossos projetos. Sob essa ótica, o tempo, que envelhece a todos, é generoso e parceiro.

Muito provavelmente, aquilo que “prometemos e juramos realizar no ano que vem” não seja algo estratosférico e inatingível. Sinceramente, talvez seja bem banal e corriqueiro. Melhor assim, pois é humanamente alcançável. Mas é preciso dar o primeiro passo. (Outro dia tuitei: máxima do esporte: quem se desloca, recebe; máxima da carreira: quem está em movimento, encontra os caminhos; máximas das máximas: vai!).

O primeiro passo. Como um bebe, cambaleando, mas sempre sorrindo. Vai! Acredite! Divirta-se!

Carlos Drummond de Andrade, em sua Receita de Ano Novo, disse tudo isso com alma de poeta: “...Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem que fazê-lo de novo, sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”.

Luminoso Ano Novo a todos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Carta ao Papai Noel

Com a proximidade do natal e ainda na infância, eu e meus irmãos éramos incentivados, pelos nossos pais, a escrever para o Papai Noel. As cartas, com letras típicas de crianças em fase de alfabetização, eram colocadas em local estrategicamente escolhido, para que o bom velhinho pudesse encontrá-las.

Lembro-me de que não era nada fácil escrevê-las. Em uma mistura de expectativa e ansiedade nunca sabíamos o que colocar na folha que, apesar de alguns desenhos natalinos pintados em vermelho e verde, continuava sendo de caderno. Observando essa dificuldade, recebíamos a seguinte dica: “agradeça, comente o que realizou e faça um pedido”. Então vamos lá:

Querido Papai Noel,

O ano foi muito bom e eu queria agradecer às pessoas com as quais pude aprender. Apesar de ser professora e ensinar, hoje sou mais competente porque estava aberta para observar, ouvir e aprender e as pessoas com as quais convivi (alunos, colegas, família, amigos, professores) foram muito generosas comigo, compartilhando seus saberes e seus conhecimentos.

Além das coisas que já sabia fazer (e aperfeiçoei-as com as dicas que recebi), aventurei-me por outros caminhos e experimentei coisas novas. Com a aprendizagem advinda deste processo ampliei minha inserção no mundo do trabalho e minha empregabilidade. Não foi fácil sair da zona de conforto, mas com o apoio de pessoas sensacionais, fui conquistando desenvoltura e competência. Passado o temor da frustração, sinto-me recompensada pelo esforço e feliz com meu sucesso.

Bem.... o meu pedido? É simples: quero aprender mais e viver novas experiências; quero compartilhar conhecimento com as pessoas; quero estar disponível para construir 2011.

Beijo grande, Papai Noel.

Feliz Natal a todos.

Ps: curioso, mas meus pais, com essa atitude tão corriqueira, estavam ensinando aos seus filhos a acreditar, a desejar e a conquistar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Liderança e Cargo: a mulher no seu devido lugar

Nas últimas semanas foi possível acompanhar a repercussão da eleição de uma mulher para a presidência do país, bem como a discussão do significado simbólico deste resultado para as relações de poder. A despeito dos comentários jocosos e das piadas de gosto duvidoso, estamos diante de uma realidade saborosa: precisamos aprender a romper com os padrões.

Na maioria das instituições sociais, sejam elas família, escola, igreja e/ou empresa, a mulher sempre exerceu sua liderança, no entanto, sempre de forma (mais ou menos) velada, sem chamar muita atenção e trabalhando duro. Tal realidade se tornou, inclusive, dito popular: por trás de um grande homem existe uma grande mulher.

Agora, no entanto, estamos vendo o rompimento deste padrão e presenciando as mulheres exercendo sua liderança, explicitamente, através dos cargos que estão ocupando, acendendo na carreira por suas competências ou empreendendo seus próprios negócios.

Novos tempos exigirão de todos, independentemente de gênero, novas aprendizagens e a construção de uma nova cultura nas relações de trabalho. E, quem sabe, poderemos ouvir outro tipo de dito popular: ao lado de uma grande mulher e de um grande homem, seus semelhantes.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sobre campeões e contratos

Pois é, para comemorar o centenário de fundação do glorioso timão não faltou show do rei, queima de fogos, projeto de estágio próprio. E os fiéis torcedores ficaram sem! Sem título, sem taça, sem nada. Coisas da vida.

Embora não acompanhe fanaticamente meu time de coração lembrei-me que, outro dia, com a anuência do presidente do clube, o técnico aceitou o convite do presidente da CBF para ocupar o cargo de técnico da seleção e deixou o time no meio do campeonato.

O mundo do futebol brasileiro é mesmo diferente, pois ousaria dizer que no mundo corporativo isso não aconteceria. Um profissional estratégico, com a permissão do presidente da empresa, aceitar o convite do presidente de outra empresa e sair durante o ano fiscal? Não sei, não.

Mas é uma oportunidade única, quem não sonha em ser o técnico da seleção? Pois é, o técnico campeão do Campeonato Brasileiro de 2010 também sonhou, mas resolveu ficar.

Não é nada fácil assumir a liderança verdadeira, pois é preciso abrir mão das expectativas pessoais e imediatas e comprometer-se com o projeto, com as metas e honrar o contrato acordado.

Domingo passado, ao invés de cantarmos “Salve o Corinthians, campeão dos campeões, eternamente dentro dos nossos corações...” tivemos que ouvir “Sou tricolor de coração. Sou do clube tantas vezes campeão. Fascina pela sua disciplina, eu tenho amor ao tricolor”.

Pois é!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Avaliação de Desempenho: mais que encontrar falhas, sugerir caminhos.

No meio da semana, aproveitando uma brecha na rotina de trabalho, encontrei-me com amigos em uma pizzaria. Entre um comentário sobre o clima, outro sobre como o tempo passa rápido, uma amiga comentou como é desafiador conversar com os membros de sua equipe sobre o trabalho realizado durante o ano. Por que desafiador, perguntei. Segundo ela: porque ficamos sempre na defensiva, tentado justificar as coisas.

Embora o processo de feedback deva ser constante, cabe à pessoa que responde por uma equipe de trabalho fazer a avaliação de cada membro desta equipe. Faz parte de suas tarefas. No entanto, são as experiências passadas, quando ex-gestores aproveitavam esses momentos para detectar as falhas, cobrar mais empenho, constranger e ameaçar, que temos guardadas na memória.

Entre o mau e o bom desempenho existe uma lacuna para a qual é preciso olhar e, uma vez identificadas as causas do mau desempenho, planejar ações para reverter o quadro. É neste momento que o gestor assume o papel de orientador, aquele que vai aconselhar e propor uma série de atividades para que o desempenho dê um salto de qualidade e venha corresponder às expectativas.

Obviamente não existe milagre: se o profissional não estiver disposto a investir tempo e esforço para aprimorar suas competências não haverá plano de ação que promoverá mudança. Mas, neste caso, o gestor terá cumprido seu papel e poderá dormir tranqüilo.