sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Liderança é prerrogativa daqueles que não tem medo de se responsabilizar pelas decisões.

Estamos na reta final do Campeonato Mundial de Voleibol Masculino sediado em solo italiano. Acompanhei os jogos que pude e torci com paixão pela seleção brasileira e, por isso mesmo, foi doloroso e constrangedor ver esse time entregar o jogo para a Bulgária, no sábado dia 2. Com essa derrota a seleção se beneficiou, pois enfrentou, na fase seguinte, adversários mais fracos e garantiu uma das vagas nas semifinais.

O regulamento, que supostamente tinha a intenção de facilitar as coisas para a Itália, foi muito criticado em sua forma por várias confederações e criou um ambiente no qual as seleções se preocuparam em jogar com a tabela e não pela vitória. Os EUA escolheram perder para a República Tcheca e a Rússia, para a Espanha.

Só por esses episódios, esse Mundial ficará marcado como aquele em que o Esporte foi derrotado por aqueles que deveriam honrá-lo. E isso não tem nada de romantismo ou ingenuidade: conheço muito bem os bastidores do mundo esportivo, mas acredito na vitória e no título conquistado, partida por partida, com muito suor, técnica e tática.

Se não bastasse, as lamentáveis declarações do técnico Bernardinho mancharam ainda mais esse campeonato: “se a Rússia e os EUA entregaram porque estão nos criticando”; “a Bulgária não escalou seus principais jogadores porque eu não iria poupar os meus”. Ou seja, justificou suas decisões em função das decisões dos outros e, em nenhum momento, chamou para si a responsabilidade por elas.

Liderar não é fácil. Liderar é complexo. Liderar é cometer erros. Liderar é ouvir, ponderar, refletir, analisar, perguntar, discutir, mas principalmente, é assumir as decisões e suas conseqüências. Liderar não é escrever livros ou proferir palestras sobre o assunto.

Que os deuses do Esporte perdoem seus (in)fiéis discípulos, pois eles são só humanos (embora, às vezes, posem de semideuses).

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