sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Economia e Oportunidade de Negócios na Sociedade do Conhecimento I

Gosto muito da ideia de que a vida é uma sucessão de ciclos que quando se completam abrem novos caminhos para que outros ciclos se iniciem. A história da Humanidade também pode ser contada por ciclos e, dependendo do recorte, podemos dar ênfase aos ciclos sociais, políticos ou econômicos.

Nos primórdios da civilização, o homem usava utensílios feitos com pedra, bronze ou ferro para garantir sua segurança e sua sobrevivência, através da agricultura. A partir do século XIX, a produção de riqueza passa a estar relacionada com a utilização de outras matérias-primas: carvão e petróleo foram usados para alimentar a produção industrial.

No final do século XX, observamos o início de um novo ciclo, baseado em outra matéria-prima e na predominância de outra atividade produtiva. Na Infoera ou Sociedade do Conhecimento a matéria-prima essencial para produzir riqueza é a informação e o conhecimento e a atividade produtiva predominante está relacionado com a prestação de serviços.

O conhecimento, como matéria-prima deste novo ciclo, tem características muito peculiares e que as diferenciam das anteriores. Diferentemente do petróleo ou do carvão, o conhecimento aumenta a medida que é utilizado (difundível), muda para melhor (substituível), é possível acessá-lo instantaneamente (transportável) e sua transferência não impede o uso pelo detentor original (compartilhável).

No que concerne a economia baseada em serviços, podemos destacar o aumento do número de pequenas e médias empresas e os principais setores desta economia são a saúde, a educação (comunidades de aprendizagem) e o entretenimento.

Antes de continuarmos vale uma sugestão e uma pergunta. Releia novamente os parágrafos acima e responda: qual é o impacto desta nova realidade na vida e nos negócios do profissional de Educação Física?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Eventos Científicos: uma grande oportunidade para fazer networking

Ao longo desta semana, meus alunos estão participando de um evento científico promovido pela Universidade, no qual profissionais e pesquisadores da Educação Física vem compartilhar com eles seus conhecimentos e suas experiências através de palestras, mini-cursos e oficinas.

Lembro-me de que, no meu tempo de universitária, estes eventos eram raros e não havia uma cultura que valorizasse a participação. Hoje é impossível imaginar que um graduando ou um profissional não participe destes eventos, dada sua importância para potencializar a trajetória profissional.

Dependendo da maturidade de cada um, os eventos científicos são uma grande oportunidade para, além de aprender coisas novas, expandir a rede de relacionamentos ou, como se diz no mundo corporativo, fazer networking.

Se considerarmos que durante 2 ou 3 horas (tempo que dura uma palestra ou mini-curso) estaremos com pessoas que tem interesses comuns (a temática discutida) e que estão dispostas a compartilhar conhecimento, é crível acreditar que ali se constitui um ambiente propício e fecundo para parcerias e projetos.

Naturalmente, essas parcerias só darão frutos se estiverem sustentadas em relações de confiança entre as partes. É por esse motivo que elas devem estar pautadas em uma relação de troca na qual todos tem algo a oferecer.

Devem existir várias definições para o termo networking, mas vou criar mais uma: networking é a oportunidade de me relacionar com pessoas que possam me ajudar a concretizar os meus sonhos ao mesmo tempo em que posso ajudá-las a concretizar os seus.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Liderança é prerrogativa daqueles que não tem medo de se responsabilizar pelas decisões.

Estamos na reta final do Campeonato Mundial de Voleibol Masculino sediado em solo italiano. Acompanhei os jogos que pude e torci com paixão pela seleção brasileira e, por isso mesmo, foi doloroso e constrangedor ver esse time entregar o jogo para a Bulgária, no sábado dia 2. Com essa derrota a seleção se beneficiou, pois enfrentou, na fase seguinte, adversários mais fracos e garantiu uma das vagas nas semifinais.

O regulamento, que supostamente tinha a intenção de facilitar as coisas para a Itália, foi muito criticado em sua forma por várias confederações e criou um ambiente no qual as seleções se preocuparam em jogar com a tabela e não pela vitória. Os EUA escolheram perder para a República Tcheca e a Rússia, para a Espanha.

Só por esses episódios, esse Mundial ficará marcado como aquele em que o Esporte foi derrotado por aqueles que deveriam honrá-lo. E isso não tem nada de romantismo ou ingenuidade: conheço muito bem os bastidores do mundo esportivo, mas acredito na vitória e no título conquistado, partida por partida, com muito suor, técnica e tática.

Se não bastasse, as lamentáveis declarações do técnico Bernardinho mancharam ainda mais esse campeonato: “se a Rússia e os EUA entregaram porque estão nos criticando”; “a Bulgária não escalou seus principais jogadores porque eu não iria poupar os meus”. Ou seja, justificou suas decisões em função das decisões dos outros e, em nenhum momento, chamou para si a responsabilidade por elas.

Liderar não é fácil. Liderar é complexo. Liderar é cometer erros. Liderar é ouvir, ponderar, refletir, analisar, perguntar, discutir, mas principalmente, é assumir as decisões e suas conseqüências. Liderar não é escrever livros ou proferir palestras sobre o assunto.

Que os deuses do Esporte perdoem seus (in)fiéis discípulos, pois eles são só humanos (embora, às vezes, posem de semideuses).

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Educação Corporativa: estamos engatinhando na Educação Física

Cena 1: início de agosto; curso de especialização financiado por uma escola; desistência de alguns professores. Cena 2: meados de setembro; entrevista com um coordenador de desenvolvimento de pessoas de uma rede de academias de São Paulo sobre desenvolvimento profissional; para o PIBIC de uma orientanda. Cena 3: hoje, palestra de uma coordenadora da área de educação e tecnologia de uma ONG; política de capacitação de professores com uso das TIC’s.

As cenas descritas acima poderiam compor o roteiro de um filme que, embora aparentemente desconectadas, nos levariam a compreender a importância e o significado de uma política de Educação Corporativa, isto é, de uma política de capacitação profissional planejada e atrelada à estratégia de sustentabilidade de uma instituição e ao seu negócio.

No mundo corporativo, notadamente nas empresas globais e globalizadas, é condição de sobrevivência e competitividade que seus colaboradores estejam sempre ampliando suas competências para garantir inovação e qualidade dos produtos e dos serviços oferecidos. Na Educação Física e para alguns profissionais e gestores essa percepção ainda não é paradigmática. As instituições, com honrosas exceções, aceitam que seus colaboradores não estejam em constante aprendizado e, tão pouco, oferecem oportunidades!

Precisamos urgentemente promover uma mudança de mentalidade, sob pena de comprometermos nossa empregabilidade e, sobretudo, nossa prosperidade.

Se nosso filme estivesse em exibição, poderíamos especular:
a) Como os pais reagiriam ao saber que o professor de seu filho abandonou um curso de especialização?
b) Qual o perfil de profissional que se sentiria atraído por trabalhar em uma instituição que possui uma política estratégica de aprimoramento das competências?
c) Que secretário municipal de educação não gostaria de fazer uma parceria com uma ONG que tem kwon-how na capacitação de professores?