Segundo a Wikipédia, trilogia é um conjunto de três trabalhos que estão conectados entre si, mas podem ser compreendidos individualmente. Desta forma e, como prometido, concluo a trilogia Gestão da Carreira em Educação Física na esperança de que minhas reflexões possam ampliar os caminhos dos profissionais. Modestamente, aproveito para homenagear minhas trilogias favoritas: Bourne e Star Wars (que são duas trilogias, por certo).
A primeira vista pode parecer forte demais o que vou dizer, mas, ainda sim, é preciso: a instituição na qual trabalhamos não existe para satisfazer os interesses dos seus colaboradores e os profissionais não existem para satisfazer os interesses da instituição. No entanto, a oportunidade de parceria se origina, justamente, no ponto de intersecção destes interesses.
Desta forma, a construção da carreira profissional, enquanto projeto pessoal, intransferível e consciente, pode ser compartilhado com uma instituição se houver interesses em comum. Por sua vez, é através do diálogo que ambas as partes comunicam, umas às outras, suas expectativas.
Essa comunicação pressupõe dois requisitos que, sem os quais, ela ficará muda. A primeira se refere ao profissional e à clareza sobre seu projeto de carreira e depende do diagnóstico das competências, do estabelecimento de objetivos, da identificação das oportunidades e do desenvolvimento do plano de ação. Isto posto, é de responsabilidade exclusivamente do profissional, identificar seus pontos fortes e suas carências, definir metas de trabalho, disponibilizar-se para o novo e planejar as ações.
O outro requisito se refere às possibilidades que a instituição oferece e depende da política de capacitação, das chances de se alcançar os objetivos, das oportunidades existentes e do espaço para a implantação de projeto. Assim, é de responsabilidade da instituição garantir oportunidades de aprimoramento profissional, reconhecer que o profissional tem intenções, criar um ambiente estimulante e desafiador e acolher e dar condições para o desenvolvimento do novo.
Em síntese, poderíamos afirmar que gestão de carreira é
- estar atento aos condicionantes do mundo do trabalho em Educação Física;
- romper com uma estrutura de pensamento que reforça a ideia de empregado/empregador;
- posicionar-se como parceiro de negócio;
- ter consciência da importância das relações profissionais (marca);
- admitir que as partes tem interesses próprios e, principalmente, valorizar os interesses comuns;
- ter clareza de que a carreira é de responsabilidade do profissional e que a instituição deve ser parceira e acolher o novo, ainda que tenha limites.
- perguntar-se, diariamente, “Qual é o significado do trabalho em minha vida?”
Como as trilogias são sagradas, pois nos remetem a santíssima trindade, vale a pena lembrar que “os desejos mais puros e ardentes são sempre realizados” (Gandhi).
Em tempo: agradeço, mais uma vez, o honroso convite do Grupo de Coordenadores das Escolas de Esportes para participar do XV Workshop.
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