A partir da década de 1980, a Educação Física no Brasil passou por um intenso processo de análise e crítica. A denominada “crise de identidade” demandou, sobretudo dos docentes universitários e dos pesquisadores, esforços no sentido de definir o objeto de estudo da área e qual seu foco de investigação científica. Por muitos e muitos anos, se duvidou que a pesquisa pudesse promover algum impacto na realidade da área.
Amadurecemos. Hoje não discutimos mais a relevância da pesquisa para melhorar a intervenção. A Educação Física, enquanto profissão academicamente fundamentada, pressupõe que seus membros tenham uma atitude investigativa sobre seu cotidiano profissional. Não raro, hoje, nos cursos de graduação, os universitários são incentivados a participarem de grupos de estudos e a desenvolverem projetos de pesquisa, inclusive com apoio das agências de fomento.
Já passamos da fase de procurar as razões para os problemas, as dificuldades e as mazelas da área. Agora é hora de investigar as experiências bem-sucedidas, as práticas pedagógicas inovadoras e os profissionais e professores talentosos. Enfim, precisamos ouvir as vozes e conhecer os profissionais e professores que estão transformando a Educação Física.
Curiosa e diferentemente de outras profissões, os profissionais e professores de Educação Física participam pouco de eventos científicos. Acreditam que esse espaço seja destinado exclusivamente aos pesquisadores-doutores ou aos alunos de pós-graduação. Isso é um grande equivoco e devemos criar outra cultura: precisamos registrar e sistematizar as práticas profissionais e submetê-las aos pares.
Afinal de contas, o sucesso precisa ser compartilhado.
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