domingo, 27 de junho de 2010

Geração Y: novos tempos para a gestão

Ao longo das últimas duas semanas, tive a oportunidade de encontrar-me com coordenadores de escola de esportes de alguns clubes da cidade e coordenadores de departamentos de algumas academias paulistanas. Em razão de seus cargos, esses profissionais respondem pelo desempenho de suas respectivas equipes de trabalho.

Nestes encontros, entre uma consideração e outra, observei que os coordenadores se mostram espantados com a maneira pela qual os jovens profissionais se relacionam com o seu cotidiano de trabalho. “É a tal da geração Y”, concluem.

Ora, de quem estamos falando? Quem são estes serem que chamam tanta a atenção dos mais velhos? Pois bem, vejamos: criado pela sociologia, o termo geração Y serve para designar aqueles que nasceram, mais ou menos, entre 1980 e 1995. Ou seja, são os nativos digitais, acostumados com as tecnologias, que têm maior acesso à informação e que, via de regra, estão mais bem formados.

Do ponto de vista do mundo do trabalho, são aqueles que têm por volta de 18-25 anos e estão construindo suas carreiras na condição de estagiários, recém-formados ou profissionais iniciantes. Em linhas gerais (embora nem todos) são ambiciosos e imediatistas, desprezam a hierarquia, querem aprender, valorizam o trabalho em grupo e se comprometem de forma diferente das gerações anteriores, pois querem liderar projetos.

Para aqueles que respondem pela gestão destes profissionais novas demandas: o ambiente de trabalho precisa ser, necessariamente, desafiador e atrativo; a atenção e o feedback devem ser constantes; o reconhecimento (elogios e premiações) precisa existir; as oportunidades de capacitação e crescimento devem ser claras; os objetivos e as metas precisam ser definidas.

Senhores coordenadores são os novos tempos!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Liderança: fruto da sintonia fina entre discurso e ações

Há anos leio revistas de negócio e, através dos conteúdos publicados, amplio meu conhecimento e meu olhar sobre o mundo do trabalho, notadamente, sobre temas relacionados à liderança, carreira, estratégia e gestão. Nas edições deste mês, oportunamente, em época de Copa do Mundo, as revistas trouxeram matérias sobre o impacto deste evento na economia.

Entre todas as que foram publicadas, uma me chamou atenção: aquela que discute a conduta do técnico Dunga na escolha dos jogadores para compor a seleção brasileira de futebol. A despeito das nossas preferências, afinal somos todos especialistas e técnicos, o autor da matéria defende que liderança relaciona-se com coerência entre o discurso e as ações.

Independentemente do papel que desempenhamos, seja como professor, coordenador, supervisor ou diretor, aqueles que compõem a nossa equipe, os alunos ou os profissionais, estão atentos às nossas ações. E são elas que fortalecem ou fragilizam nossa liderança.

O discurso bem articulado e eloqüente pode encantar, mas se não houver sintonia com as ações vira "blá, blá, blá". Os ouvintes podem até gostar e aplaudir, mas, veladamente, não se comprometerão e realizarão seu trabalho como tarefeiros.

O exercício da liderança é fruto de uma relação afinada entre o discurso e as ações, pois só assim podemos esperar aquele “algo mais”. Coerência gera confiança e respeito. E produz entrega. Do contrário....

Ps: já que usei metáforas musicais, vale cantar Titãs: “... eu peço somente o que eu puder dar..”

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Intervenção Profissional: relação entre educação continuada e desempenho

Nesta semana, atendendo um convite, proferi uma palestra cujo objetivo era discutir a educação continuada e seu impacto no desempenho profissional. Em clima de bate-papo, devido ao número de participantes, foi possível conhecer diversas opiniões sobre o assunto.

Partindo do pressuposto de que, de tempos em tempos, o conhecimento envelhece e precisa ser renovado é de se esperar que a qualidade da intervenção dependa de um comportamento ativo na busca de novos conhecimentos.

A educação continuada, portanto, tem uma função clara: possibilitar que o profissional renove e amplie seus conhecimentos. Além disto, acrescentaríamos que é uma oportunidade de trocar experiências e compartilhar sucessos.

O bom trabalho e o desempenho profissional devem ser valorizados e, para isso, é preciso ter parâmetros para identificá-los. Embora a cultura brasileira tenha aversão, hoje é cada vez mais comum falar sobre avaliação de desempenho e ver os profissionais submetidos a esse processo. Observamos, ainda, que para aqueles que são bem avaliados há uma política de premiação e de bônus.

Os críticos dizem que o processo de avaliação de desempenho é imperfeito e possui distorções. É verdade. Mas o que fazer? Como identificar e premiar os profissionais competentes e comprometidos? Como manter a chama da motivação acesa? Por certo, podemos considerar que com o tempo, o processo de avaliação vai sendo aperfeiçoado e as resistências vão diminuindo.

Desempenho profissional está relacionado com conhecimento e, este, com aprimoramento constante. Em um processo de avaliação, o compromisso com a educação continuada é um quesito que precisa ser muito valorizado.

Avaliação de desempenho: esse é um caminho sem volta. Que bom!

sábado, 5 de junho de 2010

Estudar, estudar, estudar... comportamento dos melhores profissionais de Educação Física

Estamos no final do semestre e para quem vive o cotidiano universitário sabe que agora é preciso se preparar para as provas finais. A demanda pelos serviços da biblioteca fica acima da média e não há lugares vagos nas mesas e gabinetes. Na fila, esperando para ser atendida, ouvi dois graduandos conversando. O calouro vira para o veterano e diz: “não vejo a hora de me formar para não ter que estudar mais”. E o veterano dá uma risadinha e responde: “sei. Estou me formando e já escolhi a minha pós”!

Seria tolice ou preconceito imaginar que presenciei uma conversa entre um “vagal” e um “nerd”. Apenas acompanhei dois rapazes conversando e um deles já entendeu qual é o significado do conhecimento para a construção da sua carreira e o outro (ainda) não.

Foi-se o tempo que o diploma de graduação era um diferencial no mundo do trabalho. Hoje ele é apenas o bilhete de entrada e não garante permanecia nele. Dependendo da instituição que chancelou o diploma, seu portador terá mais e melhores portas abertas; dependendo das relações que construiu e das oportunidades que aproveitou, terá maiores chances de se posicionar no mercado. Mas, insisto, sobre sua permanência, não há garantias.

O profissional de Educação Física, enquanto prestador de serviço, deve compreender que seu maior bem é o conhecimento que possui sobre o que faz e considerar que seu concorrente também tem e está buscando mais. Isso não tem nada a ver com concorrência desleal; isso está relacionado com competência e qualidade na prestação de serviços.

As experiências acadêmicas e profissionais são tempos e espaços de aprendizado e não podemos vivê-las sem ter em mente a pergunta: o que vou aprender aqui? Para isso é preciso desenvolver um comportamento positivo frente ao conhecimento e ao aprimoramento constante.

Esse comportamento precisa ser consciente e, estrategicamente, planejado. Afinal de contas, “deixar a vida me levar” só pode dar certo em rima de samba.